Sabemos que
na Santa Trindade, três pessoas (Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo) existem
como um só Deus (uma só essência) em perfeita harmonia entre si. Neste artigo
estudaremos a relação entre Jesus (encarnado) e o Espírito Santo.
Jesus é o
único membro da Santa Trindade que tem natureza humana. Ele é cem por cento
humano e cem por cento divino, ao mesmo tempo. O início dos evangelhos de
Mateus e Lucas relatam como a natureza humana de Jesus passou a existir: o
Espírito Santo veio sobre Maria (uma virgem) e ela concebeu (Mt 1:18, 20, 22;
Lc 1:35). Jesus foi gerado em Maria pelo Espírito Santo. Isto permitiu que
Jesus nascesse de linhagem humana, sem ato sexual e, ao mesmo tempo, que
mantivesse a sua origem divina.
A primeira
manifestação pública e visível da presença do Espírito Santo no ministério de
Jesus aconteceu no momento em que foi batizado nas águas por João Batista (Mt
3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32). O céu se abriu e o Espírito de Deus desceu
sobre Jesus em forma de pomba e a voz de Deus Pai foi ouvida do céu, colocando
a Sua aprovação sobre Jesus. Este acontecimento teve, sem dúvida, um alto valor
simbólico. Jesus estava para iniciar o seu ministério e era importante que todos
soubessem que vinha como enviado de Deus Pai e no poder de Seu Espírito.
João Batista
declara que este mesmo Jesus que foi batizado nas águas, batizaria com o
Espírito Santo (Mc 1:8; Lc 3:16: Jo 1:33). Este “batismo” é o momento em que
cada pessoa que recebe pela fé a Jesus Cristo, recebe ao mesmo tempo os outros
membros da Santa Trindade, inclusive o Espírito Santo (Rm 8:9).
Os discípulos
que conviviam com Jesus ainda não possuíam a dádiva do Espirito Santo habitando
permanentemente neles (Jo 7:39). Isto só aconteceria depois da glorificação de
Jesus (Sua ascensão) e da prometida vinda de outro Consolador – o que aconteceu
no dia de Pentecostes (Jo 14:16, 17 e 26). Na oração sacerdotal, que Jesus faz em favor de seus discípulos, em um
trecho Ele diz que enviaria o Espírito Santo da parte do Pai (Jo 15:26) e em
outro trecho da mesma oração diz que o Pai enviaria o Espírito Santo em nome de
Jesus (14:26). Fica claro que o envio do Espírito Santo é uma parceria entre
Jesus e Deus Pai. Após sua morte e ressurreição, mas antes de Sua ascensão,
Jesus sopra sobre os discípulos e estes receberam o Espírito Santo (Jo 20:22).
Algumas expressões são utilizadas para expressar o
fato de que a vida e o ministério de Jesus eram caracterizados pela presença
constante e dependência do Espírito Santo. Ele estava sobre Jesus (Mt 12:18; Lc
4:18). Jesus estava cheio do Espírito Santo (Lc 4:1). Ele agiu no poder do Espírito
Santo (Lc 4:14), e expulsou demônios (Mt 12:28). Jesus era guiado (levado ou induzido)
por Ele (Mt 4:1; Mc 1:12; Lc 4:1) e se exultou no Espírito Santo (Lc 10:21).
Jesus deu mandamentos aos apóstolos por intermédio do Espírito Santo (At
1:2). Toda esta variedade de expressões e situações demonstra bem que o
Espírito Santo estava sempre com Jesus e este fazia tudo pelo poder e
intermédio do Espírito Santo. Este é o exemplo que Jesus da ao cristão de como
deve viver sua vida: na plenitude e no poder e dependência do Consolador.
Apesar deste grande sinergismo entre Jesus e a pessoa
do Espírito Santo, o foco foi e sempre será a pessoa de Jesus Cristo. O próprio
Espírito Santo, Consolador que nos foi enviado pelo Pai e por Jesus Cristo, tem
como função dar testemunho de Jesus Cristo, mantendo Ele como o centro de todas
as coisas (Jo 15:26). Portanto, vamos reconhecer, sim, que o Espírito Santo tem
uma função muito grande em nossas vidas e ministério, mas não deixemos de viver
uma vida Cristo-cêntrica (Cristo no centro).
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