Passei onze dias em Cuba participando da convenção
anual das igrejas Batistas Livres, visitando várias igrejas e me reunindo com
os líderes da denominação. Foi um tempo bastante abençoado. O país é lindo com
paisagens semelhantes às do Brasil. O povo é simpático com uma mistura de
origens étnicas. A economia é fraquíssima, com fábricas sucateadas e empresas
estatais totalmente ineficientes, sobrevivendo de ajuda externa, principalmente
da Venezuela e do Brasil. Sendo comunista, o Estado controla TUDO, sendo a
iniciativa privada reprimida.
Felizmente o governo tem dado um pouco mais de
liberdade à igreja evangélica. Não é mais necessário entregar uma lista com os
nomes e endereços de todos os que frequentam a igreja. Agora existe liberdade
para se congregar em cultos. No entanto, ainda não é possível construir prédios
próprios para culto. Igrejas que já tinham o seu prédio antes da revolução
podem fazer manutenção, mas não podem expandir. A plantação de igrejas tem sido
feita através de cultos em casas. Às vezes alguma pessoa abre sua casa para
cultos e em outros casos a associação de igrejas aluga ou compra uma casa em
uma cidade alvo. O pastor mora na casa e ao lado ou nos fundos se faz um
“puxado” ou se constrói um salão anexo (mais ou menos clandestino) para a
realização dos cultos.
Tive a oportunidade de visitar várias destas igrejas
em casas e algumas igrejas com prédio próprio. Segundo as estatísticas
apresentadas na Convenção, existem 45 igrejas Batistas Livres organizadas, mais
78 missões (congregações) não organizadas e 207 locais onde se reúnem grupos
pequenos para estudos e oração. As igrejas têm uma frequência semanal de cerca
de 3.500 pessoas. No ano passado batizaram 186 pessoas. O seminário
supervisiona um programa de treinamento bíblico com 118 pessoas, sendo que 21
alunos são internos.
Assisti a Convenção anual que se reuniu no seminário
em Pinar del Rio, no extremo oeste do país, nos dias 21-23 de fevereiro. Tive a
oportunidade de pregar uma vez durante a convenção e mais duas vezes nas igrejas.
Na Convenção a Associação de igrejas criou uma junta de missões internacionais.
Eles têm a intenção de enviar missionários transculturais, apesar das
dificuldades econômicas extremas e da moeda deles não ter valor fora do país.
Oremos por este esforço.
Destaco dois acontecimentos como pontos altos da minha
visita. A primeira foi a oportunidade de conhecer o irmão Yoanis que passou 20
anos preso por crimes cometidos e por fazer parte de uma quadrilha organizada.
Ele se converteu na prisão através do ministério de um capelão Batista Livre
que visita as prisões. Dentro da prisão se transformou em evangelista. Antes de
ser solto, já existiam quase 500 presos que assistiam aos cultos. Ele já
recebeu treinamento como capelão e agora exerce este ministério de evangelismo
nas prisões.
O segundo acontecimento foi a oportunidade de
participar de um batismo de 3 pessoas na igreja de Guanabo, a beira mar. Os
três foram batizados dentro do mar e depois participamos da ceia que foi
servida na praia entre os membros da igreja que formavam um círculo. Foi a
primeira vez que participei de um batismo e ceia deste tipo. Oremos por nossos
irmãos cubanos.
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