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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Escola Teológica Batista Livre lança EAD
A partir de 2012 a matéria Introdução à Bíblia é pré-requisito para se iniciar os estudos do curso médio, tanto na modalidade EAD quanto na presencial. Todos os interessados em ingressar no curso médio já podem se matricular nessa matéria.
Nosso curso usa a tecnologia mais avançada em EAD com a plataforma ItsLearning, a mais usada nas universidades da Europa e está disponível em português há menos de um mês. Venha estudar com o que existe de mais moderno no ensino da teologia à distância.
Grande promoção de lançamento! Estamos oferecendo a matéria Introdução à Bíblia GRATUITAMENTE para os que se matricularem nos meses de dezembro e janeiro. Aproveite, pois as vagas são limitadas. A partir do ano que vem o restante das matérias terá um valor de R$100,00 (por matéria). Descontos serão possíveis para cônjuges e para múltiplas matérias.
Estudando pelo EAD você poderá fazê-lo no conforto de sua casa e no horário que tiver disponível. Você não perde tempo, não gasta com transporte e não toma chuva! Ajude-nos com a divulgação desta notícia na sua igreja.
Conteúdo da matéria Introdução à Bíblia:
• Conceitos sobre revelação, inspiração, autoridade e cânon da Bíblia.
• Estrutura da Bíblia.
• Cronologia bíblica com os principais acontecimentos do Antigo e Novo Testamentos.
• Noções de geografia bíblica.
• Confecção, preservação, transmissão e tradução da Bíblia.
• Principais traduções da Bíblia em outras línguas e em português.
Para se inscrever, envie e-mail para etblcampinas@gmail.com solicitando formulário de inscrição.
Grade curricular para EAD (curso médio):
Mês Matéria (1) Matéria (2)
Março Introdução à Bíblia Métodos de estudo bíblico
Abril Vida devocional Religiões mundiais
Maio Novo Testamento 1 Integração e Discipulado
Junho Novo Testamento 2 Ética cristã
Julho Novo Testamento 3 Seitas
Introdução à Bíblia
(somente novos alunos)
Agôsto Antigo Testamento 1 Teologia Sistemática 1
Set. Antigo Testamento 2 Teologia Sistemática 2
Outubro Liderança Espiritual Teologia Sistemática 3
Nov. Hermenêutica Didática
Obs: Alunos que desejam fazer o curso médio em 1 ano fazem as matérias das duas colunas. Aqueles que optarem fazer em 2 anos farão a coluna 1 no primeiro ano e a coluna 2 no ano seguinte.
Cada matéria exigirá do aluno uma dedicação em média de 9 horas semanais. Alunos cursando duas matérias simultaneamente devem separar 18 horas por semana.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Como Devo me Vestir?
Através da história da humanidade, os tipos de roupas, estilos e modas têm mudado muito. O que vale para uma sociedade e uma época já não se aplica a outra. Mas para o(a) servo(a) de Deus que deseja ter uma cosmovisão cristã (olhar o mundo com os olhos de Deus), existem alguns princípios que podem nos guiar na escolha do que é apropriado para nós: a modéstia e a decência. “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição...” (1 Tm 2:9). “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem” (1 Co 14:40). Interpretações destas duas virtudes são bastante variadas de cultura para cultura. Quando eu e minha família fomos morar no interior da África há quase 3 décadas atrás, era comum ver-se mulheres em público sem nenhuma roupa acima da cintura. No entanto, segundo os costumes do povo, era escadaloso as saias femininas não atingirem os tornozelos. Os parâmetros eram diferentes dos nossos.
Vivemos cercados de fatores que bombardeam nossos sentidos e estimulam nossos desejos sexuais. Precisamos respeitar uns aos outros cuidando para que a nossa aparência não seja pedra de tropeço para o próximo. Michael Hyatt postou recentemente alguns princípios para as vestimentas que ensinou às cinco filhas para ajuda-las nas decisões quanto ao que era modesto ou não:
1. Se tiver dificuldade para vestí-lo, provavelmente não é modesto.
2. Se tiver que ter cuidado ao sentar ou agachar, provavelmente não é modesto.
3. Se as pessoas olham para o seu corpo antes de olharem para seu rosto, sua roupa provavelmente não é modesta.
4. Se as suas partes íntimas estiverem visíveis ou bem definidas pela sua roupa, provavelmente não é modesto.
5. Se você tiver que ficar constantemente puxando para cima ou para baixo, provavelmente não é modesto (este é meu acréscimo).
Muitos destes princípios são válidos tanto para homens como mulheres.
Outro fator que deve ser levado em consideração ao se arrumar e se vestir, além da sensualidade, é o fator beleza. A nossa cultura coloca grande ênfase na beleza externa. Grandes somas de dinheiro e muito tempo são gastos semanalmente com a manutenção da “beleza”. Não há nada errado em cuidar-se, mas não se deve exagerar. A Palavra de Deus adverte a mulher a investir mais em sua beleza interior (seu caráter) do que na exterior. Falando às mulheres, Pedro diz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus” (1 Pe 3:3-4). Na continuação do versículo de 1 Timóteo, citado acima, Paulo escreve: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus”. Observe que tanto Pedro quanto Paulo não proibem o uso de enfeites, mas advertem para que estes não sejam o enfoque da beleza feminina.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Terceira Igreja de Uberlândia é Organizada
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Porque tantas traduções da Bíblia?
Com certeza você já se fez esta pergunta, especialmente na hora de comprar uma Bíblia. Pelo menos oito diferentes versões (traduções) da Bíblia podem ser encontradas nas prateleiras de uma boa livraria evangélica. São cinco as variações na tradução de João Ferreira de Almeida: Revista e Corrigida (
Não bastasse estas diferentes versões do texto, temos as chamadas Bíblias de Estudo: Shedd, Pentecostal, Defesa da Fé, da Mulher, do Homem,
Originalmente a Bíblia não foi escrita em português (aliás, o português ainda não existia). O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico (com alguns trechos em Aramaico) e o Novo Testamento em grego (com trechos em Aramaico). Para termos a Bíblia em português foi necessário fazer-se uma tradução destas línguas. A primeira tradução completa em língua portuguesa foi obra de um missionário português, João Ferreira de Almeida, que faleceu em 1691, antes de completar o projeto. A tradução foi concluída por um pastor holandês em 1694, portanto, há mais de 300 anos atrás. Nestes trezentos anos a língua portuguesa mudou muito e o português falado no Brasil não é exatamente o mesmo de Portugual.
Duzentos anos mais tarde foi necessária uma atualização da grafia e do vocabulário do português. Esta revisão, de 1898, ficou conhecida como a versão Revista e Corrigida (ARC) da tradução de Almeida. Após a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil em 1948, foi encomendada uma nova revisão da tradução de Almeida, a qual refletisse as particularidades do português do Brasil. Em 1956 foi lançada a versão Revista e Atualizada (
Para facilitar a leitura para pessoas que não estão acostumadas a ler a Bíblia, usa-se um outro modelo de tradução conhecido como equivalência dinâmica. Pega-se uma frase ou expressão no grego e procura-se colocá-la em português na forma como a diríamos hoje, havendo maior preocupação em manter o sentido do que a forma. A vantagem é que fica mais fácil entender-se o sentido que o escritor procurou transmitir. A desvantagem é que esta tradução é menos útil quando se busca fazer um estudo aprofundado das palavras utilizadas pelo escritor. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) segue este tipo de tradução.
A Nova Versão Internacional (
Qual delas é a Palavra de Deus? Todas. As palavras usadas podem variar, mas o sentido é o mesmo. Algumas traduções usam palavras mais clássicas, outras mais modernas.
A Bíblia Viva não pode ser classificada como uma tradução, mas uma paráfrase, isto é, procura fazer uma interpretação, colocando-a em outras palavras. A versão original em inglês foi concebida para ser compreendida pelas crianças e, de tão bem recebida, foi traduzida para muitas outras línguas. A Bíblia Viva é uma tradução do inglês e não das línguas originais. Ela não deve ser usada como Bíblia primária, mas apenas para leitura suplementar.
As Bíblias de estudo não são novas traduções da Bíblia. Todas utilizam uma das versões citadas acima. Seu diferencial é que além do texto bíblico, trazem textos devocionais, comentários, explicações de contexto e recursos suplementares (mapas, concordâncias, dicionários, esboço de livros bíblicos, tabelas, gráficos, etc) para auxiliar no estudo da Palavra de Deus. São muito úteis na preparação de sermões, estudos bíblicos e devocinais.
Após tanta informação você ainda pode se perguntar: mas qual é a melhor tradução? A resposta não é simples, pois depende da situação de cada um e do propósito da leitura. Para o novo convertido ou para quem deseja ler a Palavra de Deus de forma devocional, recomendo a
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Como Ser Feliz
Não é necessário perguntar quem quer ser feliz. Praticamente todos dirão que desejam a felicidade. Nossa sociedade dá-lhe muito valor, sendo que muito se justifica para alcançá-la. Para alguns, é a meta principal na vida.
Mas a felicidade é muito traiçoeira. Apesar de ser perseguida com afinco, parece nos driblar. Quando se pergunta o que é a felicidade, descobrimos que as respostas são bem variadas. O que significa para você? Para alguns é ter muito dinheiro. “Se eu tivesse muito dinheiro eu poderia comprar tudo que quero, não teria preocupação com dívidas e poderia até parar de trabalhar. Aí eu seria feliz!”.
Para outros seria o trabalho ideal, que trouxesse satisfação e realização, com um chefe bonzinho e salário e benefícios vantajosos. Isto é que seria felicidade!
A definição de felicidade para outras pessoas seria o lazer sem restrições, com esportes ou videogame o tempo todo, pescar, bater papo, viajar muito ou relaxar em uma chácara, longe de todos os problemas e responsabilidades da vida.
Para algumas pessoas seria ter a mulher ou o homem dos sonhos: “Ah, se eu somente conseguir achar o parceiro certo eu serei feliz”! Seria trocar de parceiros quantas vezes fosse necessário até achar aquele que a fizesse feliz.
Outros procuram a felicidade na satisfação de todos os desejos: comer à vontade, abusar do álcool e das drogas ou se entregar ao sexo desenfreadamente.
Mas será que estas coisas trazem verdadeira felicidade? Pode ser que tragam momentos de alegria, mas uma vida construída sobre esta fundação não trará felicidade duradoura. Se dinheiro trouxesse felicidade, todos os ricos seriam felizes. Mas não é o que se constata. Trabalho pode trazer algum nível de satisfação, mas não pode trazer a verdadeira felicidade. Lazer pode proporcionar momentos de alegria e um relaxamento necessário, mas muito lazer só produz preguiça. A idéia de que o parceiro ideal pode trazer felicidade é uma ilusão. A verdade é que ninguém pode ser responsável pela nossa felicidade. Buscar a sua própria felicidade é um motivo equivocado e egoísta para se entrar em qualquer relacionamento. Um relacionamento baseado nesta motivação não dará certo. Se álcool, drogas e sexo trouxessem a verdadeira felicidade, os alcoólatras, drogados e atores e atrizes de pornografia seriam felizes. Mas o que vemos é sempre o contrário.
Mas então, o que é que traz a verdadeira felicidade? Você já se perguntou o que a Bíblia tem a dizer sobre isto? A dedução da maioria das pessoas é que Deus sempre deseja a nossa felicidade e que tem este propósito para nossa vida. Isto tem um fundo de verdade, mas não é totalmente verdadeiro. A sua felicidade e o seu conforto não são os maiores objetivos de Deus para a sua vida! Isto pode chocá-lo, mas é a verdade. Deus está muito mais interessado no seu caráter do que no seu conforto e felicidade.
Estudando o que a Bíblia diz a respeito do assunto, chego à conclusão que só seremos verdadeiramente felizes quando estivermos no centro da vontade de Deus! A felicidade não é uma meta a ser alcançada. É uma consequência de estarmos em comunhão com Deus. Existem 35-40 versículos da Bíblia que falam sobre esse tema, podendo ser divididos em três princípios:
O primeiro é que seremos felizes quando tivermos fé e confiança em Deus. O Salmo 84:12 diz: “Ó SENHOR dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia!” e Provérbios 16:20 diz: “Quem examina cada questão com cuidado prospera, e feliz é aquele que confia no SENHOR”. Fé ou confiança vai muito além de somente crer que Deus existe ou crer que ele é capaz de nos ajudar. Significa fazer uma entrega total a Jesus. É uma entrega dos nossos desejos, das nossas metas, das nossas capacidades, dos nossos problemas e de todas as áreas da nossa vida. É convidá-lo a ser o patrão da nossa vida.
O segundo princípio é que a felicidade depende da obediência à palavra de Deus e aos seus preceitos. Provérbios 8:32 diz: “Ouçam-me agora, meus filhos: Como são felizes os que guardam os meus caminhos!”. Jesus afirma em Lucas 11:28: “Antes, felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem” e em João 13:17 aconselhou: “Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem”. Quando fazemos uma entrega total a Jesus, passamos a obedecê-lo em tudo que Ele nos ensina na Bíblia. Este é o nosso manual para vivermos uma vida feliz, regrada e próspera. Servir a Jesus não é só ir à igreja participar dos cultos. É uma maneira de viver que é transformada pelo Espírito Santo de Deus. É vivermos em obediência a Jesus em todas as áreas da nossa vida.
O terceiro princípio é que a perseverança produz felicidade. Em Tiago 1:12 lemos que “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam”. E ainda, “Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia” (Tiago 5:11). O que é perseverança? É não desistir, não parar, não desanimar. Devemos perseverar mesmo quando as circunstâncias são difíceis – principalmente nestes momentos. Quando enfrentamos dificuldades financeiras, desemprego, problemas de saúde, relacionamentos estremecidos (na família, no casamento e com outras pessoas) e mesmo quando não estamos nos sentindo felizes, a perseverança é fundamental. A vitória que vem quando perseveramos nos trará felicidade.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Milagres: R$0,50 a dúzia
Por todo lado ouço falar em milagres. Esta semana passei na frente de uma igreja evangélica intitulada Igreja dos Milagres. Pastores e apóstolos fazem divulgação da noite dos milagres. Igrejas prometem um milagre para minha vida. A música me promete que “hoje, o meu milagre vai chegar”. Milagre virou coisa banal, corriqueira. É tanto milagre, que o preço está baratinho: R$ 0,50 a dúzia. Muitos até consideram que se não houver milagre na sua vida ou na sua igreja, Deus não está presente. Afinal das contas, milagre não é evidência da ação de Deus? Será que é mesmo?
Vamos começar com uma pergunta simples, mas de resposta complexa: o que é um milagre? Quando fiz esta pergunta na África, onde trabalhava há alguns anos atrás, a resposta foi: “algo que nunca tenha sido visto antes”. Ocorreu-me várias vezes de chegar a vilarejos no interior na Costa do Marfim onde nunca haviam recebido a visita de um branco. As crianças saíam correndo, chorando e gritando, como se tivessem visto um fantasma. Será que eu era um milagre? Claro que não. Se eu for até uma tribo indígena brasileira que nunca viu uma máquina fotográfica, tirar uma foto deles e mostrar-lhes, seria isto um milagre? Também não.
Já me disseram que milagre exige fé. Porém, a Bíblia apresenta vários exemplos onde milagres foram realizados sem fé: as dez pragas do Egito (os egípcios certamente não exerceram fé e Moisés simplesmente estava cumprindo ordens de Deus – até mesmo com certa relutância); Jesus acalmou a tempestade no Mar da Galileia não por causa da fé dos discípulos, pois estavam todos amedrontados. Então, fé não pode fazer parte da definição de milagre. Mesmo se algumas pessoas foram curadas por causa da sua fé, não podemos generalizar e dizer que todo milagre requer fé.
Então, milagre talvez seja Deus mostrando seu poder. Mas será que todo milagre vem de Deus? Os encantadores e magos do Faraó do Egito também fizeram milagres, imitando a vara que transformou-se em serpente e as três primeiras pragas (Êxodo capítulos 7 e 8). Realizaram estes milagres “com as suas ciências ocultas” (Ex 7:11), isto é, com o poder de Satanás. Elimas, o mágico (que fazia milagres), foi chamado por Paulo de “filho do diabo” (At 13:10). Jesus avisou que existiriam muitos falsos profetas disfarçados de ovelhas que realizariam milagres no nome dele, mas que na verdade não são dele (Mt 7:15-20). Certamente o poder destes vem do diabo, o mentiroso e enganador. Sem dúvida, muitos dos milagres alardeados por aí vem destes falsos profetas. Milagre não é prova do poder de Deus! Nosso Inimigo também o realiza através dos seus agentes.
Poderíamos, então, dizer que milagres são coisas espantosas, surpreendentes ou incompreensíveis? O homem chegou à lua, clonou uma ovelha e socorreu mineiros presos por 70 dias a 700 metros de profundidade. Milagre? Não: tecnologia.
Então voltamos à nossa pergunta: o que é um milagre? Proponho a seguinte definição: milagre é um acontecimento excepcional que contraria as leis naturais. Vamos começar com o conceito de o milagre contrariar as leis naturais. Quando Deus criou o universo, estabeleceu certos parâmetros, ou leis, para seu funcionamento. Um exemplo de fácil compreensão é a lei da gravidade. Se jogarmos um objeto para cima, subirá uma pequena distância e depois cairá – sempre. Podemos fazer a experiência mil vezes e obteremos o mesmo resultado, todas as vezes. No entanto, se jogarmos o objeto para cima e este ficar parado no ar sem nenhuma sustentação, isto é um milagre. Uma das leis da natureza estabelecida por Deus (a da gravidade) foi contrariada.
Neste sentido, o nascimento de uma criança, por mais maravilhosa e comovente que seja, não é um milagre. Deus determinou que este fosse o modo normal de os seres humanos se reproduzirem. Os relacionamentos normais dos indivíduos levam à concepção, desenvolvimento e nascimento de um novo ser, sem qualquer intervenção miraculosa. Poderia-se contestar que sem a ação de Deus o nascimento não seria possível. Concordo, mas isto não faz do nascimento um milagre. Deus também está por trás da existência do ar que respiramos, de cada batimento cardíaco que temos e de cada botão de rosa que floresce. Mas estes acontecimentos não são milagres, são a norma.
Vejamos o conceito de o milagre ser um acontecimento excepcional, a exceção à regra. Se a cada vez que jogássemos um objeto ao ar ele se comportasse de forma diferente, não haveria a lei da gravidade. Podemos chamá-la de “lei” porque sempre se comporta da mesma maneira. O milagre é a exceção. Todo nascimento não pode ser um milagre, pois o milagre passaria a ser a norma e deixaria de ser milagre. O milagre é raro (ou raríssimo), pois está fora da rotina.
Não me entenda mal. Não estou dizendo que milagres não acontecem ou que Deus não faz milagres. Sou o primeiro a afirmar o contrário. Contudo, isto não significa que a principal maneira com a qual Deus trabalha no universo é através de milagre. Deus trabalha muito, mas muito mais, através de meios naturais e corriqueiros; tanto os que ele mesmo estabeleceu como os que deu condições ao ser humano de descobrir ou desenvolver.
Deus cura enfermidades através de meios como: o mecanismo normal de cicatrização automática que ele mesmo colocou no nosso corpo, o uso de remédios “naturais” ou sintéticos, os atos cirúrgicos e até mesmo mudanças de comportamento que restabelecem as condições normais de funcionamento de nosso corpo (dieta equilibrada, exercício, saúde mental, etc.). Deus pode intervir diretamente e trazer cura instantânea (milagre), mas não é sua maneira usual de trabalhar. Nenhuma destas maneiras de curar é mais espiritual que a outra, pois todas são realizadas por ele.
Deus fala ao nosso coração com muito mais frequência através da Bíblia, de uma pregação ou de uma palavra de encorajamento através de um irmão do que através de anjos ou luzes esotéricas. Nenhum destes meios é mais espiritual que o outro, pois todos são meios usados por Deus.
O perigo está em confiarmos mais no milagre do que no Deus do milagre, em buscarmos mais as manifestações sobrenaturais em detrimento daquilo que Deus faz em nossa vida no dia a dia. Esperamos o nosso milagre chegar e deixamos escapar a bênção do convívio diário que Deus quer ter conosco através dos relacionamentos e acontecimentos que nos cercam.
Há mais um mito que devemos desfazer: o de que os milagres de Deus (ou Jesus) levam as pessoas a ter fé em Jesus (ou Deus). Sim, existem pessoas que passaram a ter uma fé salvadora por terem presenciado um milagre, mas não podemos generalizar dizendo que milagres sempre geram fé. São inúmeros os exemplos bíblicos do contrário. As dez pragas do Egito não suscitaram fé nem nos egípcios e nem nos hebreus (que logo em seguida construíram um bezerro de ouro). Os milagres realizados por Elizeu e Elias não promoveram o arrependimento do povo de Israel. Os milagres realizados por Jesus na cidade em que foi criado (Nazaré) não convenceram os habitantes de que ele era o Messias (veja Mt 13:54-58: “E não realizou muitos milagres ali, por causa da incredulidade deles”). Justamente as cidades que mais viram os milagres de Jesus recusaram-se a se arrepender (Mt 11:20-24). Multidões, com milhares de pessoas, acompanharam Jesus por toda parte para ver seus milagres, mas no momento do seu sofrimento e crucificação somente um grupo de 120 pessoas permaneceu fiel. O milagre da cura de um coxo foi realizado através do apóstolo Paulo em Listra. A multidão ficou maravilhada e queria adorá-lo. Esta mesma multidão o apedrejou e o deixou por morto do lado de fora da cidade (At 14).
Todo milagre realizado por Deus é feito com um propósito e para a sua honra e glória. Ele o realiza quando e onde bem entender. O milagre não pode ser exigido ou determinado e nem tem hora marcada. Isto depende inteiramente de Deus. Desista de correr atrás dos milagres baratos e busque a plenitude do Deus dos milagres!
Pr. Kenneth, 27 de março de 2011