quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Como Devo me Vestir?

A questão das vestimentas é mais uma daquelas polêmicas. Como devem se vestir o homem e a mulher que são seguidores de Jesus Cristo? Alguns diriam que a Bíblia não normatiza a nossa maneira de vestir enquanto outros, mais conservadores, gostariam de estabelecer uma longa lista de padrões sobre as roupas que são adequadas e as que não são. Será que a Bíblia nos dá alguma indicação de como resolver este impasse?

Em Gênesis, quando Deus criou os primeiros seres humanos, lemos: “O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha” (2:25). Antes da entrada do pecado no mundo não havia necessidade de roupas. Mas no capítulo seguinte, imediatamente após terem cometido o primeiro pecado, “Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se”. A primeira consequência visível do pecado foi a consciência da nudez, levando o casal a sentir a necessidade de se cobrir. Com a entrada do pecado no mundo iniciou-se o uso de roupas pelos seres humanos.

Através da história da humanidade, os tipos de roupas, estilos e modas têm mudado muito. O que vale para uma sociedade e uma época já não se aplica a outra. Mas para o(a) servo(a) de Deus que deseja ter uma cosmovisão cristã (olhar o mundo com os olhos de Deus), existem alguns princípios que podem nos guiar na escolha do que é apropriado para nós: a modéstia e a decência. “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição...” (1 Tm 2:9). “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem” (1 Co 14:40). Interpretações destas duas virtudes são bastante variadas de cultura para cultura. Quando eu e minha família fomos morar no interior da África há quase 3 décadas atrás, era comum ver-se mulheres em público sem nenhuma roupa acima da cintura. No entanto, segundo os costumes do povo, era escadaloso as saias femininas não atingirem os tornozelos. Os parâmetros eram diferentes dos nossos.

Como em muitas outras questões, a Bíblia nos apresenta princípios, mas o modo de aplicar estes princípios na sua cultura deve ser feito com muita sabedoria. É notório que na cultura brasileira existe um elemento por trás de boa parte da moda e do ideal de aparência física: a sensualidade. A mídia, através das novelas, propagandas em televisão, revistas e outdoors, promove uma cultura erotizada. O look dos cabelos, da maquiagem, da roupa, dos sapatos e até a linguagem corporal tem o propósito de chamar a atenção do sexo oposto, tanto masculino quanto feminino. Na hora de sair, solteiros e casados arrumam-se para provocar desejo ou inveja nos outros ou então puramente para se exibirem (corpo, vestimentas de marca, jóias, adereços, etc). Será que estas são motivações corretas para o cristão que deseja viver uma vida de santidade? É obvio que não.

Vivemos cercados de fatores que bombardeam nossos sentidos e estimulam nossos desejos sexuais. Precisamos respeitar uns aos outros cuidando para que a nossa aparência não seja pedra de tropeço para o próximo. Michael Hyatt postou recentemente alguns princípios para as vestimentas que ensinou às cinco filhas para ajuda-las nas decisões quanto ao que era modesto ou não:

1. Se tiver dificuldade para vestí-lo, provavelmente não é modesto.

2. Se tiver que ter cuidado ao sentar ou agachar, provavelmente não é modesto.

3. Se as pessoas olham para o seu corpo antes de olharem para seu rosto, sua roupa provavelmente não é modesta.

4. Se as suas partes íntimas estiverem visíveis ou bem definidas pela sua roupa, provavelmente não é modesto.

5. Se você tiver que ficar constantemente puxando para cima ou para baixo, provavelmente não é modesto (este é meu acréscimo).

Muitos destes princípios são válidos tanto para homens como mulheres.

Outro fator que deve ser levado em consideração ao se arrumar e se vestir, além da sensualidade, é o fator beleza. A nossa cultura coloca grande ênfase na beleza externa. Grandes somas de dinheiro e muito tempo são gastos semanalmente com a manutenção da “beleza”. Não há nada errado em cuidar-se, mas não se deve exagerar. A Palavra de Deus adverte a mulher a investir mais em sua beleza interior (seu caráter) do que na exterior. Falando às mulheres, Pedro diz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus” (1 Pe 3:3-4). Na continuação do versículo de 1 Timóteo, citado acima, Paulo escreve: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus”. Observe que tanto Pedro quanto Paulo não proibem o uso de enfeites, mas advertem para que estes não sejam o enfoque da beleza feminina.

Não estou sugerindo que se deva andar fora de moda ou desarrumado, mas, como cristãos, precisamos encarar a moda com um olhar crítico. Não se deixe escravizar por aqueles que determinam o que é cool e o que não é. Busque padrões mais condizentes com a vida cristã da próxima vez que estiver escolhendo o que vestir.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Terceira Igreja de Uberlândia é Organizada

No dia 6 de agôsto foi realizado o culto de celebração da organização da

Terceira Igreja Batista do Livre Arbítrio de Uberlândia.



O culto foi realizado no salão da igreja que comporta 55 pessoas sentadas.

Tivemos mais de 90 pessoas presentes.


Tive a honra de ser convidado para ser o pregador da noite.



Parabéns aos irmãos que têm se esforçado na evangelização do bairro.



Parabéns aos irmãos e irmãs do grupo de louvor pelo seu ministério.





Toda celebração merece um bolo. Não foi diferente nesta noite.

O bolo foi feito por uma das irmãs da igreja.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Porque tantas traduções da Bíblia?


Com certeza você já se fez esta pergunta, especialmente na hora de comprar uma Bíblia. Pelo menos oito diferentes versões (traduções) da Bíblia podem ser encontradas nas prateleiras de uma boa livraria evangélica. São cinco as variações na tradução de João Ferreira de Almeida: Revista e Corrigida (COR ou ARC), Revista e Atualizada (ATU ou ARA), Século 21, Edição Contemporânea (ECA ou AEC) e a Corrigida Fiel (ACF). Ao lado destas temos a Nova Versão Internacional (NVI), a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) e a Bíblia Viva. Estas são apenas as Bíblias protestantes, as que não trazem os livros apócrifos (deutero-canônicos) encontrados nas Bíblias católicas (livros acrescentados após a Reforma Protestante do século XVI).

Não bastasse estas diferentes versões do texto, temos as chamadas Bíblias de Estudo: Shedd, Pentecostal, Defesa da Fé, da Mulher, do Homem, NVI e por ai vai. As opções de escolha são cada vez maiores. Como escolher uma Bíblia? Vamos com calma.

Originalmente a Bíblia não foi escrita em português (aliás, o português ainda não existia). O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico (com alguns trechos em Aramaico) e o Novo Testamento em grego (com trechos em Aramaico). Para termos a Bíblia em português foi necessário fazer-se uma tradução destas línguas. A primeira tradução completa em língua portuguesa foi obra de um missionário português, João Ferreira de Almeida, que faleceu em 1691, antes de completar o projeto. A tradução foi concluída por um pastor holandês em 1694, portanto, há mais de 300 anos atrás. Nestes trezentos anos a língua portuguesa mudou muito e o português falado no Brasil não é exatamente o mesmo de Portugual.

Duzentos anos mais tarde foi necessária uma atualização da grafia e do vocabulário do português. Esta revisão, de 1898, ficou conhecida como a versão Revista e Corrigida (ARC) da tradução de Almeida. Após a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil em 1948, foi encomendada uma nova revisão da tradução de Almeida, a qual refletisse as particularidades do português do Brasil. Em 1956 foi lançada a versão Revista e Atualizada (ARA). De lá para cá outras atualizações foram realizadas pela Sociedade Bíblica do Brasil e por outras editoras evangélicas, resultando nas diferentes versões que estão atualmente nas livrarias. Todas seguem uma filosofia que busca traduzir as palavras do original hebráico ou grego na forma mais literal possível (palavra por palavra). A vantagem deste tipo de tradução é a sua fidelidade ao texto original. A desvantagem é ser, às vezes, de difícil compreensão no português.

Para facilitar a leitura para pessoas que não estão acostumadas a ler a Bíblia, usa-se um outro modelo de tradução conhecido como equivalência dinâmica. Pega-se uma frase ou expressão no grego e procura-se colocá-la em português na forma como a diríamos hoje, havendo maior preocupação em manter o sentido do que a forma. A vantagem é que fica mais fácil entender-se o sentido que o escritor procurou transmitir. A desvantagem é que esta tradução é menos útil quando se busca fazer um estudo aprofundado das palavras utilizadas pelo escritor. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) segue este tipo de tradução.

A Nova Versão Internacional (NVI) procura ficar entre os dois modelos anteriores. Traduz literalmente quando é possível fazê-lo com compreensão fácil e recorre à equivalência dinâmica quando a tradução literal fica mais difícil de se entender.

Qual delas é a Palavra de Deus? Todas. As palavras usadas podem variar, mas o sentido é o mesmo. Algumas traduções usam palavras mais clássicas, outras mais modernas.

A Bíblia Viva não pode ser classificada como uma tradução, mas uma paráfrase, isto é, procura fazer uma interpretação, colocando-a em outras palavras. A versão original em inglês foi concebida para ser compreendida pelas crianças e, de tão bem recebida, foi traduzida para muitas outras línguas. A Bíblia Viva é uma tradução do inglês e não das línguas originais. Ela não deve ser usada como Bíblia primária, mas apenas para leitura suplementar.

As Bíblias de estudo não são novas traduções da Bíblia. Todas utilizam uma das versões citadas acima. Seu diferencial é que além do texto bíblico, trazem textos devocionais, comentários, explicações de contexto e recursos suplementares (mapas, concordâncias, dicionários, esboço de livros bíblicos, tabelas, gráficos, etc) para auxiliar no estudo da Palavra de Deus. São muito úteis na preparação de sermões, estudos bíblicos e devocinais.

Após tanta informação você ainda pode se perguntar: mas qual é a melhor tradução? A resposta não é simples, pois depende da situação de cada um e do propósito da leitura. Para o novo convertido ou para quem deseja ler a Palavra de Deus de forma devocional, recomendo a NVI ou a NTLH. Para quem deseja estudar mais profundamente a Bíblia, recomendo a ARA ou a Século 21. Pessoas com dificuldade de leitura devem escolher a NTLH. Se desejar uma Bíblia de estudo, escolha primeiro a tradução e depois procure as opções de recursos que cada uma oferece. Boa leitura!