sábado, 8 de março de 2014

Viagem a Cuba

Passei onze dias em Cuba participando da convenção anual das igrejas Batistas Livres, visitando várias igrejas e me reunindo com os líderes da denominação. Foi um tempo bastante abençoado. O país é lindo com paisagens semelhantes às do Brasil. O povo é simpático com uma mistura de origens étnicas. A economia é fraquíssima, com fábricas sucateadas e empresas estatais totalmente ineficientes, sobrevivendo de ajuda externa, principalmente da Venezuela e do Brasil. Sendo comunista, o Estado controla TUDO, sendo a iniciativa privada reprimida.

Felizmente o governo tem dado um pouco mais de liberdade à igreja evangélica. Não é mais necessário entregar uma lista com os nomes e endereços de todos os que frequentam a igreja. Agora existe liberdade para se congregar em cultos. No entanto, ainda não é possível construir prédios próprios para culto. Igrejas que já tinham o seu prédio antes da revolução podem fazer manutenção, mas não podem expandir. A plantação de igrejas tem sido feita através de cultos em casas. Às vezes alguma pessoa abre sua casa para cultos e em outros casos a associação de igrejas aluga ou compra uma casa em uma cidade alvo. O pastor mora na casa e ao lado ou nos fundos se faz um “puxado” ou se constrói um salão anexo (mais ou menos clandestino) para a realização dos cultos.


Tive a oportunidade de visitar várias destas igrejas em casas e algumas igrejas com prédio próprio. Segundo as estatísticas apresentadas na Convenção, existem 45 igrejas Batistas Livres organizadas, mais 78 missões (congregações) não organizadas e 207 locais onde se reúnem grupos pequenos para estudos e oração. As igrejas têm uma frequência semanal de cerca de 3.500 pessoas. No ano passado batizaram 186 pessoas. O seminário supervisiona um programa de treinamento bíblico com 118 pessoas, sendo que 21 alunos são internos.


Assisti a Convenção anual que se reuniu no seminário em Pinar del Rio, no extremo oeste do país, nos dias 21-23 de fevereiro. Tive a oportunidade de pregar uma vez durante a convenção e mais duas vezes nas igrejas. Na Convenção a Associação de igrejas criou uma junta de missões internacionais. Eles têm a intenção de enviar missionários transculturais, apesar das dificuldades econômicas extremas e da moeda deles não ter valor fora do país. Oremos por este esforço.



Destaco dois acontecimentos como pontos altos da minha visita. A primeira foi a oportunidade de conhecer o irmão Yoanis que passou 20 anos preso por crimes cometidos e por fazer parte de uma quadrilha organizada. Ele se converteu na prisão através do ministério de um capelão Batista Livre que visita as prisões. Dentro da prisão se transformou em evangelista. Antes de ser solto, já existiam quase 500 presos que assistiam aos cultos. Ele já recebeu treinamento como capelão e agora exerce este ministério de evangelismo nas prisões.


O segundo acontecimento foi a oportunidade de participar de um batismo de 3 pessoas na igreja de Guanabo, a beira mar. Os três foram batizados dentro do mar e depois participamos da ceia que foi servida na praia entre os membros da igreja que formavam um círculo. Foi a primeira vez que participei de um batismo e ceia deste tipo. Oremos por nossos irmãos cubanos.