sábado, 3 de maio de 2014

A Importância da Bíblia

É fato notório que, nas últimas décadas, a Bíblia tem perdido a sua posição de importância como lugar central na igreja evangélica e na vida do cristão. Quando é utilizada, frequentemente é de forma distorcida ou utilitarista. A maioria dos crentes jamais leu a Bíblia inteira e apenas uma pequena minoria tem o hábito da leitura regular e sistemática. O cristão contemporâneo prefere cantar, dançar, orar, ouvir sermões e socializar. A Bíblia aparenta ser de difícil compreensão. Alguns relatos são chocantes às nossas sensibilidades ocidentais modernas e a cultura bíblica parece deveras distante da nossa realidade. Será que é tão importante assim ler e estudar a Palavra?

A importância da Bíblia está ligada à sua própria natureza, sendo a revelação de Deus aos homens. Deus tomou a iniciativa de se fazer conhecer: sua natureza, sua vontade e seu plano para a humanidade. A Bíblia é o instrumento mais importante que Deus usa para se comunicar conosco. Durante cerca de 1.600 anos as comunicações de Deus aos patriarcas, aos reis de Israel, aos profetas e aos apóstolos foram registradas em escrita para que todos os povos, de todos os lugares do planeta, em todas as épocas, tivessem acesso à sua Palavra de maneira exata e invariável. Deus quis se fazer conhecer a todos.

Embora escritas por homens, as palavras que encontramos na Bíblia, não são meras ideias humanas, mas palavras de Deus. O seu Espírito Santo inspirou e guiou os escritores para que registrassem as palavras que refletissem a mensagem divina. Nesta parceria o Espírito respeitou o vocabulário e o estilo próprio de cada escritor, mas os supervisionou para que o produto final fosse preciso e sem erro. A Bíblia não se propõe a ser um tratado científico, um atlas geográfico ou uma crônica histórica completa. No entanto, tudo nela relatado é exato e de confiança.

Sendo revelação de Deus, inspirada pelo Espírito Santo e confiável em seu conteúdo, a Bíblia possui autoridade sobre nossa vida. Toda a instrução espiritual e moral nela contida tem aplicação para nossa vida, o que a torna um instrumento precioso. O esforço de ler, estudar, compreender e aplicar o que ela diz traz uma recompensa valiosa de transformação de vida. A pessoa regenerada (que aceitou a Jesus Cristo) não está sozinha nesta árdua tarefa, mas passa a ter a ajuda do Espírito Santo (o que chamamos de iluminação), pois as coisas espirituais somente se discernem espiritualmente (1 Co 2:14).

A Bíblia não é um objeto aberto a múltiplas interpretações de acordo com o desejo de cada pessoa. Sua interpretação deve ser de acordo com o sentido que Deus pretendeu que tivesse. Para isto é preciso observar alguns princípios de interpretação (hermenêutica: a arte da interpretação) para que o produto da nossa reflexão não seja equivocado. Os versículos devem ser considerados dentro dos contextos literário, histórico e cultural. Doutrinas devem ser formuladas levando-se em consideração textos didáticos (de ensino) e não baseando-se em narrativas de fatos ocorridos que não são necessariamente normativas para todos os cristãos.

Um dos fatores que confunde muitas pessoas duvidosas quanto à Bíblia é a questão das contradições aparentes. Para alguns, é uma prova da falsidade do cristianismo. No entanto, a maior parte das contradições aparentes é de fácil resolução quando se leva em consideração os princípios de interpretação bíblica citados acima. O restante pode não ter uma explicação óbvia devido à nossa distância no tempo, diferenças culturais entre as épocas, ou devido à falta de informações suficientes para afirmações definitivas. O que precisamos manter em mente é que a Bíblia é confiável, pois é a Palavra de Deus.


Quando nos conscientizamos da realidade deste livro único, diferenciado e precioso, não podemos deixar de lhe dar a posição central em nossas igrejas e em nossa vida.

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